domingo

Leve som da corda.

Na inconstância dos dias, sigo, sentindo-me ausente sem saber quando é a volta. Numa órbita que parece não ter fim, uma órbita à vácuo, aonde não existe vida, pois oxigênio ali não se encontra, o que me impede de pensar, me impede. A dedicatória de hoje, vai ao nada, que me mantém vivo e me faz companhia.
Desejo um mirante e um confessionário, o qual se confesse comigo e toque violão ao vermos o sol se deitar fraco e com a simplicidade complexa de uma película em preto e branco, sensível à luz, registrar-te-ei.
Não será.


Um falso ser.

Olhe só, estes braços não me deixarão ir nunca mais e este é meu desejo.
Quero ficar assim para todo o sempre, aperte forte, me envolva com firmeza, a firmeza de quem não soltará nunca mais.
Vejo o encaixar de suas mãos aos braços, que se encaixam perfeitamente em meu tronco, não ver seu rosto, sentir que é você.
Você, que nunca mais será o mesmo.
Você, que se vai porque me fui.
Você.
Ninguém nunca chegará à seus pés, é o que sinto.

Tivemos o nosso mundo. Hoje, quebrado, não há conserto.

Me detona, me quebra.
Que la no fundo, minha essência é a mesma.
Que assim seja.

Mundo estranho.

Não me toque.
Não me olhe.
Me desconhecerei ainda mais.
Pelo forte humanismo é capaz que eu queira.

Desejo não querer, não ao mundo efêmero, que não me conhece.
Os tons vivos brincam como circo.

Circo, sem graça.
E se tornam fortemente pesados.






terça-feira

Pétala.

Tão linda rosa.
Que graciosa, chega, estampando sorrisos com sua beleza, beleza e significado.
Carregada, a rosa chega.
Uma pétala cai.
E de cabeça baixa, lhe avisto. De alguma forma, natural...de outra, responsabilidade minha...
não regar, por me regar.
Suas pétalas seguirão o primeiro destaque, até que pretas ficarão, e torto será o galho com murchos espinhos para se proteger.
E assim seguiu o dia de hoje, com lindas rosas que enfeitam a mesa. O natural não se evita, se vive a cor.